O renomado cientista, PhD em Neurociência e pesquisador experiente, James Contos, integrante do Conselho Técnico e autor da descoberta da nascente mais distante do Rio Amazonas, está ansioso para ver barcos movidos por energias alternativas navegando durante a Expedição RIO AMAZONAS DO GELO AO MAR. “Meu papel é auxiliar a equipe no seu objetivo de partir da nascente e remar pelas seções difíceis de águas violentas no Rio Mantaro, nos Andes, assim como negociar, de maneira segura, com a Tribo Ashanika, e passar pelo seu território conforme o rio segue dos Andes para a selva”, antecipa.
Uma jornada repleta de aspectos desafiadores exige uma rede de profissionais competentes para garantir a segurança dos participantes e o sucesso da expedição. Contos afirma que navegar pelas águas brancas traz perigos e requer habilidades. Segundo o autor da descoberta da nascente de onde a expedição partirá, ter alguém familiarizado com o rio e todos os seus aspectos pode ser útil nas decisões logísticas ao longo do caminho.
Em 2012, o cientista navegou da nascente mais distante até o oceano, a mesma rota que será realizada pelos integrantes da expedição, completando a descida para o mar quase sete meses depois de seu início. “A Apurimac era considerada a nascente do Amazonas mais distante naquela época mas, ao pesquisar aquela área, notei um rio próximo que poderia ter uma extensão maior, então eu decidi mensurá-los com mais precisão. Foi dessa forma que descobri que Mantaro estendia-se aproximadamente 80 km a mais do que Apurimac”, lembra o cientista.
Contos enfatiza a importância que o registro apropriado do desafio teve na recepção da sua revelação pelo mundo, para que tenha sido aceita por todos, sobretudo porque, uma vez que o fato geográfico foi apontado, qualquer um pode fazer a medição e facilmente confirmar que Mantaro é muito mais longo, desde sua nascente, quando comparado com o Apurimac.
O autor de tal descoberta esclarece um ponto importante na discussão sobre a extensão do Rio Amazonas. O fato de o Rio Mantaro possuir barragens e, no caso a de Tablachaca, faz com que a sua maior parte, na temporada seca, seja desviada através de um túnel de 20 km. “Com o rio desviado dessa forma, se você não considerar o seu caminho natural e o pequeno fluxo de água que nele percorre durante o período de seca, pode-se considerar a rota do Mantaro menor do que a do Apurimac. Entretanto, o rio abaixo da barragem de Tablachaca nunca está seco, assim, todo o comprimento natural é atravessado por água, mesmo que pouca”, esclarece Contos, informando que o caminho natural de um rio é o aspecto mais importante em uma medição, contanto que um alguma quantidade de água flua nele.